terça-feira, 9 de dezembro de 2008

Entreatos


Uma vida de coincidências

Talvez caminhos cruzados

As vezes rotas em colisão

Olhares que se encontram

Entre tantos outros, os olhos se atraem

Um grito no silêncio

Que encontra um ouvido atento

Aquela mão voando sozinha

Repousa e se encaixa perfeitamente

Naquela outra, nunca antes vista

Mas o encaixe é tão perfeito...

Elas se fecham suavemente

E parecem repousar, numa harmonia completa

O acaso as apresentou,

Mas elas escolhem continuar

Unidas

segunda-feira, 1 de dezembro de 2008

Worth a thought


I don't know what love is all about

Maybe it's about the feeling of holding on

Two hearts that beat at a glance

The sweat from touching her hand.

A life better lived than dreamed

Love may also be a belief in something

A story that finds its beginning

But lets us write it free hand

Could love be more than we can stand?

I don't know what love is all about.

But love sure deserves a thought.

terça-feira, 25 de novembro de 2008

Alone, together


'' You ain't nobody till somebody loves you.''

Got me thinking...

domingo, 16 de novembro de 2008

Tudo isso



olho para a vida

olho para quem passa


me pergunto tantas coisas


imagino o que passa

imagino o que pode vir


me questiono sobre o tamanho de tudo

me questiono sobre o futuro


tudo parece tão grande

tão distante


o mundo parece tão imponente


olho para uns e os vejo vivendo num local tão completo

me admiro tão facilmente


quando vejo a realização também vejo a distância


não me vejo tão longe, tão longe

ainda


tanta mudança


talvez eu já esteja vivendo tudo isso

a completude

a realização

o futuro


talvez eu precise aprender a enxergar tudo isso em muito pouco


ou tudo isso em cada detalhe desse pouco


o futuro nos pedacinhos do presente






sábado, 8 de novembro de 2008

Eu nego




Não sou o que devo ser.




Não cumpro meu dever.




Não respondo como você quer.




Não quero o que não devo ter.




Não respeito sua falta de caráter.




Não aceito me submeter.




Não tenho nada para receber.




Não busco o que oferecer.




Não sei o que devo entender.




Não sei se faço por merecer.




Só queria saber o que ser.

sexta-feira, 31 de outubro de 2008

I'm out


Under pressure


Trapped by words


Lost in her affection.


Love with no measure


To unrelated worlds


A complete disconnection.


Head and heart mixed


No joy around her


Anxiety rushing in.


Her head needs to be fixed


Self-control should be stronger


Learn the moment to give in.


Stay where you are, lady


Show some respect


Get a grip of yourself.


The moments with you are but shady


Memories and feelings wrecked


Need to save myself.

segunda-feira, 27 de outubro de 2008

Sina


Uma vida de amores em sonhos.


Apenas.


Sempre rodeado por sentimentos estranhos,


Superados a duras penas.


A rotina de rejeição é perigosa


Porque acostuma.


Uma imaginação vivida em prosa


Cheia de possibilidades,


E as respostas da vida real cheias de atrocidades.


A quebra da rejeição, por ironia, não trouxe felicidades.


Foi o erro de superestimar uma amizade.


O rejeitado agora rejeita, mas triste.


E de novo a sina persiste.


E a solidão resiste.

sábado, 25 de outubro de 2008

Confissão




Se eu te machuquei não foi minha intenção,




Foi porque nunca me deram atenção.




Quando você me enxergou, eu gostei.




Pra você pode parecer que esnobei,




Mas a minha indecisão




Foi culpa da emoção




Que no entanto foi passageira.




E percebi que faria besteira.




Talvez tenha me acostumado a admirar,




E de longe, apenas observar.




Você, pude tocar, mas não amar.




Na história da minha vida




Só sigo caminhos estreitos




Onde a saída está sempre perdida.




Agora meus ombros




Carregam o peso dobrado




Do amor inalcançável e do amor negado.

sexta-feira, 24 de outubro de 2008

De passagem


Tantas coisas que devem passar pela cabeça dela.


Será que sente, chora e mente?




Será que tem medo do destino,


do que vem pela frente?




Talvez ela seja exploradora,


ou introspectiva




Talvez uma alma nobre, uma pessoa diferente


Alguém que não parece com tanta gente.




Algo me diz que ela é feliz, que sempre foi jovem,


que seus olhos sempre brilharam.




E ela passa, tranquila.


Passos lentos, olhar calmo.


Fones no ouvido, nada diz.




Não a conheço e nunca mais a verei,


Mas por poucos instantes ela me fez feliz.


quinta-feira, 23 de outubro de 2008

Na chuva


Só não gosto da chuva quando ela não avisa

que vou ter que hesitar, esperar e pensar.


Só não gosto da chuva quando ela vem

para me fazer refletir, ponderar.


Só não gosto da chuva quando ela traz

o que não quero sentir, fingir e libertar.


Só não gosto da chuva quando ela vem

para me complicar, afligir e complexar.



Só não gosto da chuva se ela me faz querer

ver pela janela o tempo passar


Se ela tira minha possibilidade de admirar,

achar o sentido e na dificuldade, procurar.


Gosto da chuva sempre que ela me faz

ver a poesia na arte de amar.

segunda-feira, 20 de outubro de 2008

O LIMITE DO GROTESCO




Já conversei com estudantes de jornalismo que questionam a validade das disciplinas que tratam da ética no exercício da profissão.
Analisando a cobertura da imprensa nos recentes casos de violência em São Paulo – o assassinato da garota Isabela e o seqüestro no ABC – fica claro que a ética e o respeito ao ser humano não são prioridades para os jornalistas.

O assassinato de Isabela foi esmiuçado de todas as maneiras possíveis, reconstituído incessantemente por todos os órgãos de imprensa – principalmente as redes de televisão – de um modo que banalizou completamente a gravidade do crime. Não era difícil encontrar nas ruas pessoas simulando modos de se jogar uma criança pela janela, tamanha a repetição despropositada veiculada pelos meios de comunicação.

Alguns programas de TV chegavam a colocar repórteres plantados em frente ao prédio onde aconteceu o crime, e suas entradas ao vivo nos programas não informavam nada à população, simplesmente satisfaziam algum tipo de curiosidade mórbida, já que tudo que se via era uma pessoa repetindo as mesmas informações e especulações.

No caso do seqüestro em Santo André, mesmo o descalabro da cobertura da imprensa no caso Isabela foi superado, numa das piores demonstrações de desrespeito ao público e falta de profissionalismo. Como a situação estava em andamento, testemunhamos uma postura macabra da imprensa que nunca foi vista na história deste país.

Em nenhum momento eu questiono a função da imprensa de prestar informação, mas ficou evidente que o objetivo no caso do seqüestro passou longe disso. O circo que foi armado era para a apresentação de um show, praticamente um reality policial.

O ápice da loucura da imprensa pelos índices de audiência veio quando a jornalista Sonia Abrão, no seu programa vespertino na Rede TV, exibiu conversa ao vivo por celular com o seqüestrador, que mantinha a ex-namorada em cárcere.

É desnecessário apontar a gravidade da situação, onde um homem desequilibrado e armado está com a vida de uma menina de 15 anos em suas mãos. Mas nada disso importou para a apresentadora e a produção do seu programa; o que de fato valeu foi a busca pela entrevista exclusiva, direto da fonte – ouvir as palavras do seqüestrador no momento extremo, de perigo máximo; isso sim foi o importante.

A corrida pelos índices de audiência, pela primeira vez, se mostrou mais importante do que o respeito a uma vida humana em risco. Ou alguém argumenta que Sonia Abrão queria exercer a função de negociadora policial e convencer o seqüestrador a se entregar? Não é necessário falar que ela não possui treinamento e preparo para isso.
O que importou ali foi ouvir a voz daquele homem transtornado, satisfazer uma curiosidade mórbida e ganhar audiência.

Até José Luis Datena, apresentador de programa diário onde a violência é tratada como espetáculo e vendida ao telespectador, criticou a colega e repreendeu a ação.
Na TV Record, durante alguns dias do seqüestro, foi exibido um ‘’plantão’’ especial, novamente – como no caso Isabela – com um repórter postado em frente ao prédio, mesmo sem nenhuma informação para passar.


No sábado, dia 18, o site do jornal Folha de São Paulo noticiou com alarde o sucesso da Record na transmissão, uma vez que o canal atingiu a liderança no horário do plantão.

Parecia uma declaração de vitória.

Mesmo depois do desfecho do seqüestro, a morbidez da imprensa prossegue.


O que falar das fotos publicadas no sábado (18), mostrando em detalhes nas capas dos jornais paulistas as meninas sendo retiradas com ferimentos nos rostos?

O site G1, das organizações Globo, não poupa detalhes em relação à retirada de órgãos da garota Eloá, assassinada pelo ex-namorado.

Notícia de segunda-feira, 20 de outubro (grifo meu):
‘’O coração da adolescente foi o primeiro órgão a deixar o Centro Hospitalar de Santo André. (...) Conduzido por uma equipe, o órgão foi levado em um recipiente apropriado dentro de uma ambulância.’’
’As córneas foram levadas de táxi, e não tiveram seu destino informado’
Qual é o grau informativo dos textos? Qual a relevância de sabermos que o coração da menina foi levado em um recipiente apropriado? Existia a possibilidade do órgão não ser levado em um recipiente apropriado? E o fato das córneas terem sido levadas de táxi, o que acrescenta?

Espero que meus amigos estudantes de jornalismo pensem duas vezes sobre a validade das disciplinas de ética durante a graduação.

sábado, 18 de outubro de 2008

Aos poucos



Olhando para o telefone, os suspiros ficam mais longos e pesados a cada minuto.
O ar começa a pesar, e o suor é frio. Sair de perto não é uma opção, muito menos um alento. O pior do suspense é não saber por qual respostas esperar. Por qual respostas torcer.
Quando a dúvida encobre os dois lados o horizonte não é azul.

Mas nem tudo está perdido quando se está disposto a enfrentar, quando arriscar é uma possibilidade aceitável, quando a possibilidade da vitória joga uma luz de esperança na sombra da dúvida.

Dizem que o tempo ajuda a curar muitas feridas. Que as cicatrizes sejam marcas de experiências e conhecimentos úteis acumulados, e que sejam fontes de histórias contadas com um sorriso no rosto.

Que as cicatrizes sejam lembranças guardadas com carinho, daquelas que as pessoas evitam se lembrar demais, sem a devida necessidade, numa tentativa de preservar ao máximo possível a sensação de conforto. Lembranças às quais as pessoas só recorrem aos poucos, para terem aqueles momentos de alegria súbita e intensa.

Para sempre terem conteúdo nesse cofre que todos temos.

quarta-feira, 15 de outubro de 2008

Queria


Um verão pra se lembrar


Momentos naquele mar


A nossa inocência


Músicas pré-adolescência


Queria poder saber


De onde vem tanto poder


De estar tranquilo


De não saber do asilo


Às vezes tão profundo


Que muitos chamam mundo.


Queria continuar a cantar


Na ignorância de odiar


De ter que se preocupar.


Queria nunca ter


Para nunca perder


E nunca conceder


À rotina de não viver.

quarta-feira, 1 de outubro de 2008

Em si






Entre uns,


o sentimento da ponte.




Entre outros,


o vazio da distância.




A menina bonita


tem um anel na mão direita.




A menina feia já tem um na esquerda.




Pouco pra falar,


mas a constante necessidade de estar.




A companhia é requisito,


a ausência é castigo,


ou loucura voluntária.




Quem com alguém não está,


deve estar em transição.




Muitos só se formam ao lado, encostados.




Olhar pra dentro de si pode ser loucura,


é melhor continuar achando o mundo mais interessante.

sexta-feira, 19 de setembro de 2008

Ficção


Noite fria.

Dois amigos sentados na mesa de uma cafeteria, daquelas frequentadas por pessoas que parecem sempre ter algo importante a dizer.

- Se isso fosse um filme, aquele casal na mesa de trás não seria de namorados.

- Quem disse que eles são namorados? Eu não vi nada. E por que ''se isso fosse um filme''?

- Eu acho a menina linda. O que você acha do cara?

- Maravilhoso.

- Exato. Se isso fosse um filme, eles seriam ou irmãos ou melhor ainda... Eles seriam melhores amigos, e um cara melhor amigo de uma mulher é sempre gay. Ou seja, nós dois teríamos nossos pares. Eu daria uma olhada pra ela e ela sorriria de um jeito meigo e encantador, enquanto o cara piscaria o olho pra você e você ficaria vermelho. Eu passaria na frente da mesa deles com a desculpa de ir pro balcão e começaria uma conversa estúpida, aí nós quatro sentaríamos na mesma mesa. A gente ia passar o resto da noite numa conversa inteligente e agradável. A gente ia se encantar com cada detalhe dos gestos deles e eles iam retribuir com uma simpatia acolhedora e fariam comentários engraçados e provocadores. Durante a conversa, uma sensação de leveza e conforto, como se eles dois fossem nossos velhos conhecidos; como se eles fossem aquelas pessoas que a gente se sente bem só de ter por perto. Aquela sensação mista de alegria e tranquilidade quando se está na presença de alguém diferente, e importante. No final da noite, a gente ia ficar triste de ter que ir embora e trocaríamos contatos para continuarmos nos falando de hoje em diante. E nós dois iríamos para a aula sabendo que nessa noite tínhamos conhecido pessoas especiais.

- E tudo isso nunca vai deixar de ser ficção?

- É como eu disse, ''se isso fosse um filme''...

- Por quê?

- Porque eles estão se levantando, de mãos dadas e se beijando. Estão indo embora, e nunca saberão que nós existimos. Porque isso não é um filme.

- O que é isso, então? O que você quer dizer?

- Nada. Olhe em volta. Isso não é um filme. É só a vida.

sábado, 13 de setembro de 2008

Mudar

Inabilidade para mudar. Ficar preso ou acomodado? Talvez representem a mesma coisa.

Se o segredo da vida é aprender a viver na mediocridade e se divertir, mudança pode ser algo opcional. Talvez o mais complicado não seja o ato de mudar. Talvez o mais complicado seja admitir a necessidade de mudança.

Quando mudança é necessária algo não anda bem? Não sei, mas pra muitos o (simples?) pensar sobre a situação das coisas pode levar a caminhos escuros.

Se o futuro é uma incógnita e às vezes um fantasma, mudar pode ser um passo na direção do desconhecido.

quinta-feira, 11 de setembro de 2008

Seeking Grace




-‘’ I’m afraid I lost her for good. I can feel it. Things are not the same anymore; it’s all different. I walk the streets every night, I talk to strange faces, I even search my own mind; but I can’t move on, I’m stuck.
I’m sure I won’t find her if I don’t do something different. I gotta break this wall before it’s too late. I already feel like giving up, sometimes. I catch myself contemplating the possibility of losing the fight. Of falling. Of letting the dark fill the voids. Maybe I’ve already lost the battle and I’m just too scared to admit the defeat. Maybe my life right now is just a prep course fot the life I’m about to live once I realize there’s no turning back, there’s no finding her.
But it can’t be. This can’t be it. I cannot allow myself to become a walking shadow. There’s gotta be a way to escape, to resist... I know she is the way; I know Grace can make it all better.
I do remember when I had Grace in my life; those were good times. Times of joy. Times of innocence? In a sense, yes. Sadly most awakenings are rather painful. Times of light. I just can’t believe I lost her, I let her slip away. Or, maybe, no. Did I actually drive her away? Of course not; why would I do such stupid thing?
I was happy with Grace. I could see happiness around me, I could see reason in people’s actions. I was able to find the good underneath the ordinary. Now things disgust me too easily; now I breathe without a purpose. I wake up every morning and wish I was still asleep. It can’ be good. It can’t be right.
Who am I to look down on everyone else?Who am I to question my life? I don’t know how to respect people anymore, probably because I stopped respecting life.
I look around and see nothing. I feel helpless; maybe I’m starting to feel hopeless. I shouldn’t. Because I know the way out, because I know that she’s out there. I just gotta pull myself together and look for her. I have to deserve her.
The day can’t scare me anymore; I must face the light, get used to it and broaden my horizons. I’m done with the whole night thing; I know my eyes will feel sore for a moment, but then they’ll get better and help me look.
I have to see through the obstacles, change my perspective. I have nothing to lose anyway. Without Grace I have nothing to lose. Maybe that’s good; maybe that’s what is pushing me to the fight. Every man worth a dime must have something to lose. We’re nothing without the things we lose, which makes me think that I was a great man not long ago, when I had Grace.
Where should I look for Grace? That’s the problem; I don’t know where to start. She could be anywhere; she could be watching me. Maybe she doesn’t want to be found; maybe she is hiding.
It can’t be. That’s not like Grace; she knows I need her. Everybody needs her, actually. But I’m the one she’s chosen, all I gotta do is find her. Again. There’s no use looking back on how I lost her. I must focus on the search. The places where she might be.
She certainly isn’t among the people I know because I don’t know anybody. I’ve long decided not to know anybody, and I’m comfortable with that decision.
Grace wouldn’t be with the people I would be likely to know anyway.
I should get rid of the doors that block me, but there are so many of them that I don’t even know what they’re blocking.
I wonder if I’m really alone in this world. I wonder if I’m the only one losing the fight; or even the only one fighting at all.
I wonder if I’m the only one out of Grace. Probably I’m the only one who once had Grace, and that’s my curse. I tasted life with Grace and lost her. Now I can’t accept a Graceless life.
That’s why I’m not giving up the fight.
I‘m ready to scare the darkness away.
I’m ready to enter the day.
I’m ready to find Grace.’’





quarta-feira, 10 de setembro de 2008

Igual


Tudo tão normal. Nada faz a diferença. Não exatamente as mesmas pessoas todos os dias,

mas os mesmos tipos e as mesmas situações. Se cada um for um mundo diferente, complexo e interessante, parece que todos se esforçam para esconder isso. Ou mais, mostrar exatamente o contrário. Me pergunto como eu sou visto de fora; provavelmente a mesma tábua que vejo nas pessoas do ônibus de manhã, nas pessoas que cruzo nas ruas, no metrô de noite...

Se o mundo é tão repetitivo quem se tornou chato não foi o mundo, e sim as pessoas.

Se eu estou falando o óbvio não se surpreenda. Sou apenas mais um de vocês.