sexta-feira, 31 de outubro de 2008

I'm out


Under pressure


Trapped by words


Lost in her affection.


Love with no measure


To unrelated worlds


A complete disconnection.


Head and heart mixed


No joy around her


Anxiety rushing in.


Her head needs to be fixed


Self-control should be stronger


Learn the moment to give in.


Stay where you are, lady


Show some respect


Get a grip of yourself.


The moments with you are but shady


Memories and feelings wrecked


Need to save myself.

segunda-feira, 27 de outubro de 2008

Sina


Uma vida de amores em sonhos.


Apenas.


Sempre rodeado por sentimentos estranhos,


Superados a duras penas.


A rotina de rejeição é perigosa


Porque acostuma.


Uma imaginação vivida em prosa


Cheia de possibilidades,


E as respostas da vida real cheias de atrocidades.


A quebra da rejeição, por ironia, não trouxe felicidades.


Foi o erro de superestimar uma amizade.


O rejeitado agora rejeita, mas triste.


E de novo a sina persiste.


E a solidão resiste.

sábado, 25 de outubro de 2008

Confissão




Se eu te machuquei não foi minha intenção,




Foi porque nunca me deram atenção.




Quando você me enxergou, eu gostei.




Pra você pode parecer que esnobei,




Mas a minha indecisão




Foi culpa da emoção




Que no entanto foi passageira.




E percebi que faria besteira.




Talvez tenha me acostumado a admirar,




E de longe, apenas observar.




Você, pude tocar, mas não amar.




Na história da minha vida




Só sigo caminhos estreitos




Onde a saída está sempre perdida.




Agora meus ombros




Carregam o peso dobrado




Do amor inalcançável e do amor negado.

sexta-feira, 24 de outubro de 2008

De passagem


Tantas coisas que devem passar pela cabeça dela.


Será que sente, chora e mente?




Será que tem medo do destino,


do que vem pela frente?




Talvez ela seja exploradora,


ou introspectiva




Talvez uma alma nobre, uma pessoa diferente


Alguém que não parece com tanta gente.




Algo me diz que ela é feliz, que sempre foi jovem,


que seus olhos sempre brilharam.




E ela passa, tranquila.


Passos lentos, olhar calmo.


Fones no ouvido, nada diz.




Não a conheço e nunca mais a verei,


Mas por poucos instantes ela me fez feliz.


quinta-feira, 23 de outubro de 2008

Na chuva


Só não gosto da chuva quando ela não avisa

que vou ter que hesitar, esperar e pensar.


Só não gosto da chuva quando ela vem

para me fazer refletir, ponderar.


Só não gosto da chuva quando ela traz

o que não quero sentir, fingir e libertar.


Só não gosto da chuva quando ela vem

para me complicar, afligir e complexar.



Só não gosto da chuva se ela me faz querer

ver pela janela o tempo passar


Se ela tira minha possibilidade de admirar,

achar o sentido e na dificuldade, procurar.


Gosto da chuva sempre que ela me faz

ver a poesia na arte de amar.

segunda-feira, 20 de outubro de 2008

O LIMITE DO GROTESCO




Já conversei com estudantes de jornalismo que questionam a validade das disciplinas que tratam da ética no exercício da profissão.
Analisando a cobertura da imprensa nos recentes casos de violência em São Paulo – o assassinato da garota Isabela e o seqüestro no ABC – fica claro que a ética e o respeito ao ser humano não são prioridades para os jornalistas.

O assassinato de Isabela foi esmiuçado de todas as maneiras possíveis, reconstituído incessantemente por todos os órgãos de imprensa – principalmente as redes de televisão – de um modo que banalizou completamente a gravidade do crime. Não era difícil encontrar nas ruas pessoas simulando modos de se jogar uma criança pela janela, tamanha a repetição despropositada veiculada pelos meios de comunicação.

Alguns programas de TV chegavam a colocar repórteres plantados em frente ao prédio onde aconteceu o crime, e suas entradas ao vivo nos programas não informavam nada à população, simplesmente satisfaziam algum tipo de curiosidade mórbida, já que tudo que se via era uma pessoa repetindo as mesmas informações e especulações.

No caso do seqüestro em Santo André, mesmo o descalabro da cobertura da imprensa no caso Isabela foi superado, numa das piores demonstrações de desrespeito ao público e falta de profissionalismo. Como a situação estava em andamento, testemunhamos uma postura macabra da imprensa que nunca foi vista na história deste país.

Em nenhum momento eu questiono a função da imprensa de prestar informação, mas ficou evidente que o objetivo no caso do seqüestro passou longe disso. O circo que foi armado era para a apresentação de um show, praticamente um reality policial.

O ápice da loucura da imprensa pelos índices de audiência veio quando a jornalista Sonia Abrão, no seu programa vespertino na Rede TV, exibiu conversa ao vivo por celular com o seqüestrador, que mantinha a ex-namorada em cárcere.

É desnecessário apontar a gravidade da situação, onde um homem desequilibrado e armado está com a vida de uma menina de 15 anos em suas mãos. Mas nada disso importou para a apresentadora e a produção do seu programa; o que de fato valeu foi a busca pela entrevista exclusiva, direto da fonte – ouvir as palavras do seqüestrador no momento extremo, de perigo máximo; isso sim foi o importante.

A corrida pelos índices de audiência, pela primeira vez, se mostrou mais importante do que o respeito a uma vida humana em risco. Ou alguém argumenta que Sonia Abrão queria exercer a função de negociadora policial e convencer o seqüestrador a se entregar? Não é necessário falar que ela não possui treinamento e preparo para isso.
O que importou ali foi ouvir a voz daquele homem transtornado, satisfazer uma curiosidade mórbida e ganhar audiência.

Até José Luis Datena, apresentador de programa diário onde a violência é tratada como espetáculo e vendida ao telespectador, criticou a colega e repreendeu a ação.
Na TV Record, durante alguns dias do seqüestro, foi exibido um ‘’plantão’’ especial, novamente – como no caso Isabela – com um repórter postado em frente ao prédio, mesmo sem nenhuma informação para passar.


No sábado, dia 18, o site do jornal Folha de São Paulo noticiou com alarde o sucesso da Record na transmissão, uma vez que o canal atingiu a liderança no horário do plantão.

Parecia uma declaração de vitória.

Mesmo depois do desfecho do seqüestro, a morbidez da imprensa prossegue.


O que falar das fotos publicadas no sábado (18), mostrando em detalhes nas capas dos jornais paulistas as meninas sendo retiradas com ferimentos nos rostos?

O site G1, das organizações Globo, não poupa detalhes em relação à retirada de órgãos da garota Eloá, assassinada pelo ex-namorado.

Notícia de segunda-feira, 20 de outubro (grifo meu):
‘’O coração da adolescente foi o primeiro órgão a deixar o Centro Hospitalar de Santo André. (...) Conduzido por uma equipe, o órgão foi levado em um recipiente apropriado dentro de uma ambulância.’’
’As córneas foram levadas de táxi, e não tiveram seu destino informado’
Qual é o grau informativo dos textos? Qual a relevância de sabermos que o coração da menina foi levado em um recipiente apropriado? Existia a possibilidade do órgão não ser levado em um recipiente apropriado? E o fato das córneas terem sido levadas de táxi, o que acrescenta?

Espero que meus amigos estudantes de jornalismo pensem duas vezes sobre a validade das disciplinas de ética durante a graduação.

sábado, 18 de outubro de 2008

Aos poucos



Olhando para o telefone, os suspiros ficam mais longos e pesados a cada minuto.
O ar começa a pesar, e o suor é frio. Sair de perto não é uma opção, muito menos um alento. O pior do suspense é não saber por qual respostas esperar. Por qual respostas torcer.
Quando a dúvida encobre os dois lados o horizonte não é azul.

Mas nem tudo está perdido quando se está disposto a enfrentar, quando arriscar é uma possibilidade aceitável, quando a possibilidade da vitória joga uma luz de esperança na sombra da dúvida.

Dizem que o tempo ajuda a curar muitas feridas. Que as cicatrizes sejam marcas de experiências e conhecimentos úteis acumulados, e que sejam fontes de histórias contadas com um sorriso no rosto.

Que as cicatrizes sejam lembranças guardadas com carinho, daquelas que as pessoas evitam se lembrar demais, sem a devida necessidade, numa tentativa de preservar ao máximo possível a sensação de conforto. Lembranças às quais as pessoas só recorrem aos poucos, para terem aqueles momentos de alegria súbita e intensa.

Para sempre terem conteúdo nesse cofre que todos temos.

quarta-feira, 15 de outubro de 2008

Queria


Um verão pra se lembrar


Momentos naquele mar


A nossa inocência


Músicas pré-adolescência


Queria poder saber


De onde vem tanto poder


De estar tranquilo


De não saber do asilo


Às vezes tão profundo


Que muitos chamam mundo.


Queria continuar a cantar


Na ignorância de odiar


De ter que se preocupar.


Queria nunca ter


Para nunca perder


E nunca conceder


À rotina de não viver.

quarta-feira, 1 de outubro de 2008

Em si






Entre uns,


o sentimento da ponte.




Entre outros,


o vazio da distância.




A menina bonita


tem um anel na mão direita.




A menina feia já tem um na esquerda.




Pouco pra falar,


mas a constante necessidade de estar.




A companhia é requisito,


a ausência é castigo,


ou loucura voluntária.




Quem com alguém não está,


deve estar em transição.




Muitos só se formam ao lado, encostados.




Olhar pra dentro de si pode ser loucura,


é melhor continuar achando o mundo mais interessante.