domingo, 4 de janeiro de 2009

Um velho na estrada


Caminhando na estrada, encontrei um velho.

Ele andava hesitante, ombros pesados.

Seu olhar era distante, melancólico.

O velho não sabia do que sentia falta.

Ele se lembrava de uma época tão boa.

Dos dias de brincadeiras tolas.

Das noites sem dormir pelas provas.

O velho secava os olhos ao lembrar dos amores.

As meninas do colégio, as brigas do colégio.

Para o velho, tudo parecia tão distante.

Parado na estrada, o velho olhava para trás.

Para o velho, a estrada só ia para frente.

Mas ele podia parar.

Parar e olhar para trás.

Ele sentia vontade de entender o passado.

Porque o passado era tão melhor.

O velho não tinha medo de morrer.

Continuaria na estrada, para frente.

Sabia que o passado guardava tanto.

Principalmente uma sensação de novo.

O sabor da novidade.

Isso ele nunca mais encontrou.

Na estrada, esperava encontrar.

Sabia que o caminho era longo.

Para frente.

2 comentários:

  1. Ao encontrar o velho, você não despertou nele o sabor da novidade? Continuaram juntos no longo trecho da estrada? Pra onde essa estrada aponta?

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  2. A estrada aponta para a frente...

    Lindo Thi, não sei de onde vc tira essa inspiração o.O
    Beijos! :)

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